tag:blogger.com,1999:blog-43196111612501948022023-08-13T17:51:32.462-07:00Vinicius de MoraesVINICIUS DE MORAES, POEMAS DE AMOR, POESIAS INFANTIS, LETRAS DE MUSICA, AMIGO, ROSA, SONETOS.Unknownnoreply@blogger.comBlogger29125tag:blogger.com,1999:blog-4319611161250194802.post-70482620364296393192009-08-24T10:56:00.000-07:002009-08-24T10:59:57.558-07:00VINICIUS DE MORAES - DOCUMENTARIODOCUMENTÁRIO SOBRE A VIDA E OBRA DE VINICIUS DE MORAES<br /><br /><embed id="VideoPlayback" src="http://video.google.com/googleplayer.swf?docid=-3686850469619880817&hl=pt-BR&fs=true" style="width:400px;height:326px" allowFullScreen="true" allowScriptAccess="always" type="application/x-shockwave-flash"> </embed><div class="blogger-post-footer">VINICIUS DE MORAES</div>Unknownnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-4319611161250194802.post-3523824576653069802009-07-17T08:05:00.001-07:002009-07-17T08:05:51.879-07:00VINICIUS DE MOARES - PARCERIA COM TOQUINHOParceria com Toquinho<br /><br />Naquele mesmo período, iniciou suas primeiras composições com um novo parceiro, o violonista Toquinho. Desta parceria, viriam clássicos como "Como Dizia o poeta", "Tarde em Itapoã" e "Testamento".<br /><br />Em 1970, Vinicius se apresentou na a casa de espetáculo carioca Canecão, com o parceiro Tom Jobim, o violonista Toquinho e a cantora Miúcha. O show, que relembrou a trajetória do poeta, ficou quase um ano em cartaz devido ao grande sucesso obtido. Outra apresentação marcante de Vinícus de Moraes, ao lado de Toquinho e da cantora Maria Creuza, foi em Buenos Aires, na boate La Fusa. O antológico concerto resultaria no LP ao vivo "Vinicius En La Fusa", uma das mais belas jóias gravadas ao vivo da música brasileira. No repertório, interpretado de modo espetácular pela cantora baiana, estavam entre outras "A Felicidade", "Garota de Ipanema", "Irene", "Lamento no Morro" "Canto de Ossanha" (canção muita aplaudida pela platéia argentina), "Samba em Prelúdio", "Eu Sei Que Vou Te Amar" (canção que contou ainda com a declamação do poetinha de "Soneto da Fidelidade", para delírio do público argentino), "Minha Namorada" e "Se Todos Fossem Iguais A Você", que encerrou o magnífico concerto. No ano seguinte, Vinicius voltou a Fusa para gravar um novo LP ao vivo, também com Toquinho, mas desta vez com a cantora Maria Bethânia nos vocais. Neste álbum estão presentes canções com "A Tonga da Mironga do Kabulete", "Testamento" e "Tarde em Itapoã". Também em 1971, assinou com Chico Buarque, sobre antigo choro de "Garoto", a canção "Gente Humilde", grande sucesso gravada pelo próprio Chico e, pouco depois, por Ângela Maria.<br /><br />A parceria Vinicius/Toquinho excursionou por várias cidades brasileiras e também pelo exterior. Ainda em 1971, a dupla lançou seu primeiro LP de estúdio, com destaque para "Maria Vai com as Outras", "Morena Flor", "A Rosa Desfolhada" e "Testamento". Em 1972, eles lançaram o álbum "São Demais os Perigos Dessa Vida", contendo - além da faixa-título - grandes sucessos como "Cotidiano nº 2", "Para Viver Um Grande Amor" e "Regra três". Com Toquinho, também compôs a trilha sonora da telenovela "Nossa Filha Gabriela" (da extinta TV Tupi), registrada em disco neaquele mesmo ano. No ano seguinte, a dupla se apresentou no show "O Poeta, a Moça e o Violão", com a cantora Clara Nunes no Teatro Castro Alves, em Salvador.<br /><br />Em 1974, Vinicius e Toquinho compuseram "As Cores de Abril" e "Como É Duro Trabalhar", ambas incluídas na trilha sonora da novela "Fogo Sobre Terra" (da Rede Globo). Naquele mesmo ano, a parceria lançou o álbum "Toquinho, Vinicius e Amigos". O disco teve as participações de Maria Bethânia (em "Apelo" e "Viramundo") , Cyro Monteiro ("Que Martírio" e "Você Errou", últimas gravações deste cantor), Maria Creuza ("Tomara" e "Lamento no Morro"), Sergio Endrigo ("Poema Degli Occhi" e "La Casa") e Chico Buarque ("Desencontro"). Ainda naquele ano, a dupla lançou "Vinicius e Toquinho", quarto álbum de estúdio da parceria, que trazia composições de autoria deles, como "Samba do Jato", "Sem Medo" e "Tudo Na Mais Santa Paz", e ainda "Samba pra Vinicius", homenagem ao poetinha de Toquinho e Chico Buarque, que fez uma participação especial no disco.<br /><br />Em 1975, Vinicius do Moraes lançou o álbum "O Poeta e o Violão". Gravado em Milão, o LP teve a participação especial dos maestros Bacalov e Bardotti. No mesmo ano, a gravadora Philips lançou o álbum "Vinicius e Toquinho". Deste LP, destaca-se "Onde Anda Você" - parceria com Hermano Silva e que alcançou grande sucesso. Ainda naquele ano, Vinicius lançou o livro de poemas infantis "A Arca de Noé". Foram lançados em no ano seguinte os álbuns "Ornella Vanoni, Vinicius de Moraes e Toquinho - La voglia/ La pazzia/ L'inconscienza/ L'allegria" e "Deus lhe Pague" - este com as composições da parceria Vinicius e Edu Lobo.<br /><br />Vinicius teve publicado, em 1977, o livro "O Breve Momento", com 15 serigrafias de Carlos Leão. Naquele ano, o selo Philips lançou o álbum "Antologia Poética", uma seleção da obra poética do poetinha e que teve a participação especial de Tom Jobim, Francis Hime e Toquinho. A gravadora Som Livre disponibilizou no mercado o LP "Tom, Vinicius, Toquinho e Miúcha - Ao Vivo no Canecão". Em 1978, foi lançado o álbum "Vinicius e Amália", disco gravado em Lisboa com a cantora portuguesa Amália Rodrigues. Naquele mesmo ano, foi editado o álbum "10 Anos de Toquinho e Vinicius" - uma coletânea de uma década de trabalhos da dupla. Em 1980, foi lançado o álbum "Arca de Noé", que trouxe diversos intérpretes para as composições infantis do poeta, musicadas a partir do livro homônimo. O disco gerou um especial infantil na Rede Globo, naquele mesmo ano.<div class="blogger-post-footer">VINICIUS DE MORAES</div>Unknownnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-4319611161250194802.post-4731821015674972992009-07-17T08:04:00.001-07:002009-07-17T08:04:56.180-07:00VINICIUS DE MOARES - RETORNO AO BRASIL - BIOGRAFIARetorno ao Brasil<br /><br />Em 1964, Vinicius retornou ao Brasil e logo se apresentou na boate "Zum Zum", ao lado de Dorival Caymmi, Quarteto em Cy e o Conjunto de Oscar Castro Neves. O concerto teve grande repercussão nos meios artísticos e foi lançado em LP pelo selo Elenco, contendo composições como "Bom-dia, Amigo" (parceria com Baden Powell), "Carta ao Tom", "Dia da Criação" e "Minha Namorada" (parcerias com Carlos Lyra), e "Adalgiza", "Das Rosas", "História de Pescadores" e "Saudades da Bahia" (parcerias com o cantor, compositor e violonista Dorival Caymmi).<br /><br />Duas canções de Vinicius de Moraes concorreram, em 1965, o "I Festival Nacional de Música Popular Brasileira" (da extinta TV Excelsior). "Arrastão" (composta com Edu Lobo), defendida por Elis Regina, ficou com o primeiro lugar, e "Valsa do Amor que Não Vem" (parceria com Baden Powell), defendida por Elizeth Cardoso, ficou com o segundo lugar. Também com o arranjador, cantor e instrumentista Edu Lobo, Vinicius compôs "Zambi" e "Canção do Amanhecer" - canções que se engajaram no clima de protesto da época e foram apresentadas em projetos do Centro Popular de Cultura da União Nacional dos Estudantes (UNE). Por um breve período, Vinicius foi designado para trabalhar na delegação do Brasil junto à Unesco, na Europa. O poeta também trabalhou com o diretor Leon Hirszman no roteiro do filme "Garota de Ipanema", voltou a se apresentar no Zum Zum com Dorival Caymmi e lançou o livro "Cordélia e o Peregrino".<br /><br />Ainda em 1965, o Teatro Municipal de São Paulo foi o palco de uma homenagem para o poetinha, com o show "Vinicius: Poesia e Canção", espetáculo que contou com a participação da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo (sob a regência do maestro Diogo Pacheco). As composições apresentadas receberam arranjos dos maestros Guerra Peixe, Radamés Gnattali, Luís Eça, Gaya e Luís Chaves e contou com intérpretes com Carlos Lyra, Edu Lobo, Suzana de Morais, Francis Hime, Paulo Autran, Cyro Monteiro e Baden Powell. Quando o poeta terminou a apresentação de "Se Todos Fossem Iguais A Você", a platéia respondeu com dez minutos ininterruptos de aplausos.<br /><br />Em 1966, foi lançado o álbum "Os Afro-Sambas", com suas composições em parceria com Baden Powell. Constam do repertório do disco "Canto de Ossanha", "Canto de Xangô", "Canto de Iemanjá" e "Lamento de Exu", entre outras, além da participação de Powell tocando violão. Naquele mesmo período, Vinicius participou do concerto "Pois É", no Teatro Opinião, , ao lado de Maria Bethânia e Gilberto Gil. No espetáculo dirigido pelo arranjador, compositor, maestro e pianista Francis Hime, o público carioca conheceu pela primeira vez as canções de Gilberto Gil. Ainda naquele ano, o poetinha lançou o livro de crônicas "Para Uma Menina Com Uma Flor" e também foi convidado a participar do júri do Festival de Cannes. Na ocasião, descobriu que sua canção "Samba da Bênção" havia sido utilizada, sem os devidos créditos, na trilha sonora do filme "Um Homem e Uma Mulher", do diretor francês Claude Lelouch, vencedor do festival. Após uma ameaça de processo, a obra de Lelouch creditou a canção de Vinicius. O ano de 1967 marcou a estréia do filme "Garota de Ipanema", baseado no sucesso homônimo de Vínicius. É a canção brasileira mais conhecida no mundo depois de "Aquarela do Brasil" (de Ary Barroso). Ainda naquele período, o poetinha organizou um festival de artes em Ouro Preto e excursionou para a Argentina e o Uruguai.<div class="blogger-post-footer">VINICIUS DE MORAES</div>Unknownnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-4319611161250194802.post-69174901468701467132009-07-17T08:03:00.002-07:002009-07-17T08:04:14.892-07:00VINICIUS DE MOARES - PARCERIAS - BIOGRAFIAParcerias<br /><br />No ano seguinte, Vinicius registrou pela primeira vez sua voz, em um álbum contendo os sambas "Água de Beber" e "Lamento no Morro", novamente parcerias com Tom Jobim. O poeta teria também um novo parceiro naquele período, o cantor, compositor e violonista Carlos Lyra. Com ele, Vinicius iria compor clássicos como "Você e Eu", "Coisa Mais Linda" "A Primeira Namorada" e "Nada Como Te Amar". Ainda em 1961, o "Teatro Santa Rosa" foi inaugurado no Rio de Janeiro com "Procura-se uma rosa", peça de autoria de Vinicius, Pedro Bloch e Gláucio Gil - filmada depois pelo cinema italiano com o nome de "Una Rosa per Tutti" (o longa-metragem foi rodado no Rio e estrelado por Cláudia Cardinale).<br /><br />Em 1962, a Banda do Corpo de Bombeiros fluminense gravou "Serenata do Adeus", um ano após gravarem "Rancho das Flores", marcha-rancho com versos do poeta sobre tema de "Jesus, Alegria dos Homens", de Johann Sebastian Bach. Ainda naquele ano, enquanto "Canção da Eterna Despedida" (composta com Tom Jobim) "Em Noite de Luar" (composta com Ary Barroso) foram gravadas por Orlando Silva e Ângela Maria, respectivamente, Vinicius de Moraes publicou três livros: "Antologia Poética", "Procura-se Uma Rosa" e "Para Viver Um Grande Amor".<br /><br />Com Pixinguinha, compôs a trilha sonora do filme "Sol sobre a Lama", de Alex Vianny, escrevendo as letras para os chorinhos "Lamento" e "Mundo Melhor". Também naquele período, nasceu a parceria com o compositor e violonista Baden Powell. Desta, resultariam inúmeros sucessos, como "Apelo", "Canção de Amor", "Canto de Ossanha", "Formosa", "Mulher Carioca" "Paz", "Pra Que Chorar", "Samba da Bênção", "Samba Em Prelúdio", "Só Por Amor", "Tem Dó", "Tempo Feliz", entre outras.<br /><br />Em agosto de 1962, com Tom Jobim, João Gilberto e o grupo Os Cariocas, Vinicius de Moraes participou de "Encontro", um dos mais importantes concertos da bossa nova e realizado na boate "Au Bon Gourmet", no Rio de Janeiro. Neste show, foram lançadas clássicos da música popular brasileira como "Ela é Carioca", "Garota de Ipanema", "Insensatez", "Samba do Avião" e "Só Danço Samba". Naquela mesma casa noturna foi montada "Pobre Menina Rica", mais uma peça do poeta, cuja trilha sonora trazia canções como "Sabe Você", "Primavera" e "Samba do Carioca" (lançando a cantora Nara Leão), ambas parcerias com Carlos Lyra. Ainda naquele ano, Vinicius comporia com Lyra "Marcha da Quarta-feira de Cinzas" e a bela "Minha Namorada".<br /><br />Várias daquelas seriam gravadas em 1963. Jorge Goulart gravou "Marcha da Quarta-feira de Cinzas", Elizeth Cardoso gravou "Mulher Carioca" e "Menino Travesso" (composta com Moacir Santos), Elza Soares gravou "Só Danço Samba", Pery Ribeiro e o Tamba Trio gravaram "Garota de Ipanema" e Jair Rodrigues gravou "O Morro Não Tem Vez" (composta com Tom Jobim).<br /><br />Naquele mesmo período, Vinicius de Moraes lançou com a atriz Odete Lara seu primeiro álbum: "Vinicius e Odete Lara". Com arranjos e regência do poeta Moacir Santos, o LP continha canções da parceria com Baden Powell, como "Berimbau", "Mulher Carioca", "Samba em Prelúdio" e "Só por Amor", entre outras. Ainda em 1963, o selo Copacabana lançou o álbum "Elizeth Interpreta Vinicius", contendo as parcerias do poetinha com Baden Powell, Moacir Santos (e arranjos deste), Nilo Queiroz e Vadico.<div class="blogger-post-footer">VINICIUS DE MORAES</div>Unknownnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-4319611161250194802.post-58946704488243518782009-07-17T08:03:00.001-07:002009-07-17T08:03:41.180-07:00VINICIUS DE MORAES - BIOGRAFIANo fim dos anos 1920, Vinicius de Moraes produziu letras para dez canções gravadas - nove delas parcerias com os Irmãos Tapajós. Seu primeiro registro como letrista veio em 1928, quando compôs (com Haroldo) "Loira ou Morena", gravado em 1932 pela dupla de irmãos. Vinicius teve publicado seu primeiro livro de poemas, O Caminho para a Distância, em 1933, e lançou outros livros de poemas nessa década. Foram também gravadas outras canções de sua autoria, como "Dor de uma Saudade" (composta com Joaquim Medina), gravada em 1933 por João Petra de Barros e Joaquim Medina, "O Beijo Que Você Não Quis Dar" (composta com Haroldo Tapajós) e "Canção da Noite" (composta com Paulo Tapajós), ambas gravadas em 1933 pelos Irmãos Tapajós e também "Canção para Alguém" (composta com Haroldo Tapajós), gravada pelos mesmos um ano depois.<br /><br />Ainda na década de 1930, Vinicius de Moraes estabeleceu amizade com os poetas Manuel Bandeira, Mário de Andrade e Oswald de Andrade. Em sua fase considerada mística, ele recebeu o Prêmio Felipe D'Oliveira pelo livro Forma e Exegese, de 1935. No ano seguinte, lançou o livro Ariana, a Mulher.<br /><br />Declarava-se partidário do Integralismo, partido brasileiro de orientação fascista.<br /><br />Nos anos 1940, suas obras literárias foram marcadas por versos em linguagem mais simples, sensual e, por vezes, carregados de temas sociais. Vinicius de Moraes publicou os livros Cinco Elegias (1943), que marcou esta nova fase, e Poemas, Sonetos e Baladas (1946); obra ilustrada com 22 desenhos de Carlos Leão. Atuando como jornalista e crítico de cinema em diversos jornais, Vinicius lançou em 1947, com Alex Vianny, a revista Filme. Dois anos depois, publicou em Barcelona o livro Pátria Minha.<br /><br />De volta ao Brasil no início dos anos 1950, após servir ao Itamaraty nos Estados Unidos, Vinicius começou a trabalhar no jornal Última Hora, exercendo funções burocráticas na sede do Ministério das Relações Exteriores.<br /><br />Em 1953, Aracy de Almeida gravou "Quando Tu Passas Por Mim", primeiro samba de sua autoria. Escrita com Antônio Maria, a canção foi dedicado à esposa Tati de Moraes -e marcava também o fim do seu casamento. Ainda naquele ano, Vinícus foi para Paris como segundo secretário da embaixada brasileira. Aracy de Almeida também gravou "Dobrado de Amor a São Paulo" (outra parceria com Antônio Maria), em 1954. melhor poeta vinicius de Moraes.<br /><br />Em 1954, Vinícius publica sua coletânea de poemas, Antologia Poética, mesmo ano que publica sua peça teatral Orfeu da Conceição, premiada no concurso do IV Centenário de São Paulo e publicada na revista "Anhembi". Dois anos depois, quando Vinicius buscava alguém para musicar a peça, e aceitou a sugestão do amigo Lúcio Rangel para trabalhar com um jovem pianista, Antônio Carlos Brasileiro de Almeida Jobim, que na época tinha 29 anos e vivia da venda de músicas e arranjos nos inferninhos de Copacabana.<br /><br />Do encontro entre Vinícius e Tom nasceria uma das mais fecundas parcerias da música brasileira, que a marcaria definitivamente. Os dois compuseram a trilha sonora, que incluia "Lamento no Morro", "Se Todos Fossem Iguais A Você", "Um Nome de Mulher", "Mulher Sempre Mulher" e "Eu e Você" e foram lançadas em disco por Roberto Paiva, Luiz Bonfá e Orquestra]]. A peça estreou no Teatro Municipal do Rio de Janeiro. Além destas canções, a dupla Vinicius e Tom compuseram, entre outros clássicos, "A Felicidade", "Chega de Saudade", "Eu Sei Que Vou Te Amar", "Garota de Ipanema", "Insensatez"', entre outras belas canções.<br /><br />Entre 1957 a 1958, o diretor de cinema francês Marcel Camus filmou "Orfeu do Carnaval" no Rio de Janeiro, filme este que recebeu o nome de Orfeu Negro. Vinicius compôs para o filme "A Felicidade" e "O Nosso Amor". Um ano depois, o filme seria contemplado com a Palma de Ouro no Festival de Cinema de Cannes e o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro.<br /><br />Em 1957, o poeta teve sua carreira diplomática transferida para Montevidéu, onde permaneceu por três anos.<div class="blogger-post-footer">VINICIUS DE MORAES</div>Unknownnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-4319611161250194802.post-15982457419991383982009-07-17T07:58:00.000-07:002009-07-17T08:03:10.129-07:00VINICIUS DE MORAES - BIOGRAFIAVinicius de Moraes (19 de outubro de 1913 - 9 de julho de 1980) foi um diplomata, dramaturgo, jornalista, poeta e compositor brasileiro.<br /><br />Poeta essencialmente lírico, o poetinha (como ficou conhecido) notabilizou-se pelos seus sonetos. Conhecido como um boêmio inveterado, fumante e apreciador do uísque, era também conhecido por ser um grande conquistador. O poetinha casou-se por nove vezes ao longo de sua vida.<br /><br />Sua obra é vasta, passando pela literatura, teatro, cinema e música. No campo musical, o poetinha teve como principais parceiros Tom Jobim, Toquinho, Baden Powell e Carlos Lyra.<br /><br />Vinicius nasceu em 1913 no bairro da Gávea, filho de Clodoaldo Pereira da Silva Moraes, funcionário da Prefeitura, poeta e violonista amador, e Lidia Cruz, pianista amadora. Vinícius é o segundo de quatro filhos, Lygia (1911), Laetitia (1916) e Helius (1918). Mudou-se com a família para o bairro de Botafogo em 1916, onde iniciou os seus estudos na Escola Primária Afrânio Peixoto, onde já demonstrava interesse em escrever poesias. Em 1922, a sua mãe adoeceu e a família de Vinicius mudou-se para a Ilha do Governador, ele e sua irmã Lygia permanecendo com o avô, no Botafogo, para terminar o curso primário. <br /><br />Vinicius de Moraes ingressou em 1924 no Colégio Santo Inácio, de padres jesuítas, onde passou a cantar no coral e começou a montar pequenas peças de teatro. Três anos depois, tornou-se amigo dos irmãos Haroldo e Paulo Tapajós, com quem começou a fazer suas primeiras composições e a se apresentar em festas de amigos. Em 1929, concluiu o ginásio e no ano seguinte, ingressou na Faculdade de Direito do Catete, hoje integrada à Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ). Na chamada "Faculdade do Catete", conheceu e tornou-se amigo do romancista Otavio Faria, que o incentivou na vocação literária. Vinicius de Moraes graduou-se em Ciências Jurídicas e Sociais em 1933.<br /><br />Três anos depois, obteve o emprego de censor cinematográfico junto ao Ministério da Educação e Saúde. Dois anos depois, Vinicius de Moraes ganhou uma bolsa do Conselho Britânico para estudar língua e literatura inglesas na Universidade de Oxford. Em 1941, retornou ao Brasil empregando-se como crítico de cinema no jornal "A Manhã". Tornou-se também colaborador da revista "Clima" e empregou-se no Instituto dos Bancários.<br /><br />No ano seguinte, foi reprovado em seu primeiro concurso para o Ministério das Relações Exteriores (MRE). No ano seguinte, concorreu novamente e desta vez foi aprovado. Em 1946, assumiu o primeiro posto diplomático como vice-cônsul em Los Angeles. Com a morte do pai, em 1950, Vinicius de Moraes retornou ao Brasil. Nos anos 1950, Vinicius atuou no campo diplomático em Paris e em Roma, onde costumava realizar animados encontros na casa do escritor Sérgio Buarque de Holanda.<br /><br />Além da carreira diplomática, de onde atuou até o final de 1968, Vinicius começou a se tornar prestigiado com sua peça de teatro "Orfeu da Conceição", obra de 1954. Além da diplomacia, do teatro e dos livros, sua carreira musical começou a deslanchar em meados da década de 1950 - época em que conheceu Tom Jobim (um de seus grandes parceiros) -, quando diversas de suas composições foram gravadas por inúmeros artistas. Na década seguinte, Vinicius de Moraes viveu um período áureo na MPB, no qual foram gravadas cerca de 60 composições de sua autoria. Foram firmadas parcerias com compositores como Baden Powell, Carlos Lyra e Francis Hime.<br /><br />Nos anos 1970, já consagrado e com um novo parceiro, o violonista Toquinho, Vinicius seguiu lançando álbuns e livros de grande sucesso.<br /><br />Na noite de 8 de julho de 1980, acertando detalhes com Toquinho sobre as canções do álbum "Arca de Noé", Vinicius alegou cansaço e que precisava tomar um banho. Na madrugada do dia 9 de julho, Vinicius foi acordado pela empregada, que o encontrara na banheira de casa, com dificuldades para respirar. Toquinho, que estava dormindo, acordou e tentou socorrê-lo, seguido por Gilda Mattoso (última esposa do poeta), mas não houve tempo e Vinicius de Moraes morreria pela manhã.<div class="blogger-post-footer">VINICIUS DE MORAES</div>Unknownnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-4319611161250194802.post-76904467371559112032009-04-29T21:01:00.002-07:002009-04-29T21:06:11.760-07:00Soneto da RosaSoneto da Rosa<br />Vinícius de Moraes<br /><br />Mais um ano na estrada percorrida<br />Vem, como o astro matinal, que a adora<br />Molhar de puras lágrimas de aurora<br />A morna rosa escura e apetecida.<br /><br />E da fragrante tepidez sonora<br />No recesso, como ávida ferida<br />Guardar o plasma múltiplo da vida<br />Que a faz materna e plácida, e agora<br /><br />Rosa geral de sonho e plenitude<br />Transforma em novas rosas de beleza<br />Em novas rosas de carnal virtude<br /><br />Para que o sonho viva da certeza<br />Para que o tempo da paixão não mude<br />Para que se una o verbo à natureza<div class="blogger-post-footer">VINICIUS DE MORAES</div>Unknownnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-4319611161250194802.post-31703422906772868492009-04-29T21:01:00.001-07:002009-04-29T21:01:51.231-07:00Soneto a Lasar SegallSoneto a Lasar Segall<br />Vinícius de Moraes<br /><br />De inescrutavelmente no que pintas<br />Como num amplo espaço de agonias<br />Imarcescível música de tintas<br />A arder na lucidez das coisas frias:<br /><br />Tão patéticas sois, tão sonolentas<br />Cores que o meu olhar mortificais<br />Entre verdes crestados e cinzentas<br />Ferrugens no prelúdio dos metais.<br /><br />Que segredo recobre a velha pátina<br />Por onde a luz se filtra quase tímida<br />Do espaço silencioso que esculpiste<br /><br />Para pintar sem gritos de escalarte<br />Na profunda revolta contra o crime<br />Daqueles que fizeram a vida triste?...<div class="blogger-post-footer">VINICIUS DE MORAES</div>Unknownnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-4319611161250194802.post-88023681275570380902009-04-29T21:00:00.002-07:002009-04-29T21:01:18.743-07:00Soneto de um CasamentoSoneto de um Casamento<br />Vinícius de Moraes<br /><br />Na sala de luz lívida, sorriam<br />Sombras imóveis; e outras lacrimosas<br />Perseguiam lembranças dolorosas<br />Na exaltação das flores que morriam.<br /><br />Em vácuos de perfume, descaíam<br />Diáfanos, de diáfanas mãos piedosas<br />Fátuos sons de brilhantes que fremiam<br />Entre a crepitação lenta das rosas.<br /><br />Nas taças cheias acendiam círios<br />Votivos, e entre as taças e o lírios<br />Vozes veladas, nessa mesa posta<br /><br />Velavam... enquanto plácida e perdida<br />Irreal e longínqua como a vida<br />Toda de branco perpassava a Morta<div class="blogger-post-footer">VINICIUS DE MORAES</div>Unknownnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-4319611161250194802.post-51209366581077386522009-04-29T21:00:00.001-07:002009-04-29T21:00:46.282-07:00Soneto com Pássaro e AviãoSoneto com Pássaro e Avião<br />Vinícius de Moraes<br /><br />Uma coisa é um pássaro que voa.<br />Outra um avião. Assim, quem o prefere<br />Não sabe às vezes como o espaço fere<br />Aquele, um vi morrer, voando à toa<br /><br />Um dia em Christ Church Meadows, numa antiga<br />Tarde, reminiscente de Wordsworth...<br />E tudo o que ficou daquela morte<br />Foi um baque de plumas, e a cantiga<br /><br />Interrompida a meio: espasmo? espanto?<br />Não sei. tomei-o leve em minha mão<br />Tão pequeno, tão cálido, tão lasso<br /><br />Em minha mão... Não tinha o peito de amianto.<br />Não voaria mais, como o avião<br />Nos longos túneis de cristal do espaço...<div class="blogger-post-footer">VINICIUS DE MORAES</div>Unknownnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-4319611161250194802.post-78401619703537004892009-04-29T20:57:00.002-07:002009-04-29T21:00:13.025-07:00Soneto de Vinicius dedicado a NerudaSoneto de Vinicius dedicado a Neruda<br />Vinícius de Moraes<br /><br />Quantos caminhos não fizemos juntos<br />Neruda, meu irmão, meu companheiro...<br />Mas este encontro súbito, entre muitos<br />Não foi ele o mais belo e verdadeiro?<br /><br />Canto maior, canto menor - dois cantos<br />Fazem-se agora ouvir sob o cruzeiro<br />E em seu recesso as cóleras e os prantos<br />Do homem chileno e do homem brasileiro<br /><br />E o seu amor - o amor que hoje encontramos...<br />Por isso, ao se tocarem nossos ramos<br />Celebro-te ainda além, cantor geral<br /><br />Porque como eu, bicho pesado, voas<br />Mas mais alto e melhor do céu entoas<br />Teu furioso canto material!<div class="blogger-post-footer">VINICIUS DE MORAES</div>Unknownnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-4319611161250194802.post-54833967902931434352009-04-29T20:57:00.001-07:002009-04-29T20:57:39.644-07:00Poesias Infantis, A CasaA Casa<br />Vinícius de Moraes<br /><br />Era uma casa<br /><br />Muito engraçada<br /><br />Não tinha teto<br /><br />Não tinha nada<br /><br />Ninguém podia<br /><br />Entrar nela não<br /><br />Porque na casa<br /><br />Não tinha chão<br /><br />Ninguém podia<br /><br />Dormir na rede<br /><br />Porque na casa<br /><br />Não tinha parede<br /><br />Ninguém podia<br /><br />Fazer pipi<br /><br />Porque penico<br /><br />Não tinha ali<br /><br />Mas era feita<br /><br />Com muito esmero<br /><br />Na Rua dos Bobos<br /><br />Número Zero<div class="blogger-post-footer">VINICIUS DE MORAES</div>Unknownnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-4319611161250194802.post-74075542924443500572009-04-29T20:56:00.000-07:002009-04-29T20:57:09.962-07:00Poesias Infantis, O MosquitoO Mosquito<br />Vinícius de Moraes<br /><br />O mundo é tão esquisito:<br /><br />Tem mosquito.<br /><br /><br />Por que, mosquito, por que<br /><br />Eu . . . e você?<br /><br /><br />Você é o inseto<br /><br />Mais indiscreto<br /><br />Da Criação<br /><br />Tocando fino<br /><br />Seu violino<br /><br />Na escuridão.<br /><br /><br />Tudo de mau<br /><br />Você reúne<br /><br />Mosquito pau<br /><br />Que morde e zune.<br /><br /><br />Você gostaria<br /><br />De passar o dia<br /><br />Numa serraria -<br /><br />Gostaria?<br /><br /><br />Pois você parece uma serraria!<div class="blogger-post-footer">VINICIUS DE MORAES</div>Unknownnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-4319611161250194802.post-5827132609466184392009-04-29T20:55:00.000-07:002009-04-29T20:56:32.545-07:00Poesias Infantis, A FocaA Foca<br />Vinícius de Moraes<br /><br />Quer ver a foca<br /><br />Ficar feliz?<br />É por uma bola<br /><br />No seu nariz.<br /><br /><br />Quer ver a foca<br /><br />Bater palminha?<br />É dar a ela<br /><br />Uma sardinha.<br /><br /><br />Quer ver a foca<br /><br />Fazer uma briga?<br />É espetar ela<br /><br />Bem na barriga<div class="blogger-post-footer">VINICIUS DE MORAES</div>Unknownnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-4319611161250194802.post-16342256060801040922009-04-29T20:29:00.000-07:002009-04-29T20:34:26.315-07:00Poesias Infantis, As AbelhasAs Abelhas<br />Vinícius de Moraes<br /><br />A AAAAAAAbelha mestra<br /><br />E aaaaaaas abelhinhas<br /><br />Estão tooooooodas prontinhas<br /><br />Pra iiiiiiir para a festa.<br /><br /><br />Num zune que zune<br /><br />Lá vão pro jardim<br /><br />Brincar com a cravina<br /><br />Valsar com o jasmim.<br /><br /><br />Da rosa pro cravo<br /><br />Do cravo pra rosa<br /><br />Da rosa pro favo<br /><br />Volta pro cravo.<br /><br /><br />Venham ver como dão mel<br /><br />As abelhinhas do céu<div class="blogger-post-footer">VINICIUS DE MORAES</div>Unknownnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-4319611161250194802.post-16830433432802864352009-04-29T20:27:00.000-07:002009-04-29T20:28:54.867-07:00Poesias Infantis, O MarimbondoO Marimbondo<br />Vinícius de Moraes<br /><br />Marimbondo furibundo<br /><br />Vai mordendo meio mundo<br /><br />Cuidado com o marimbondo<br /><br />Que esse bicho morde fundo!<br />- Eta bicho danado!<br /><br /><br />Marimbondô<br /><br />De chocolat<br /><br />Saia daqui<br /><br />Sem me morder<br /><br />Senão eu dou<br /><br />Uma paulada<br /><br />Bem na cabeça<br /><br />De você.<br />- Eta bicho danado!<br /><br /><br />Marimbondo . . . nem te ligo!<br /><br />Voou e veio me espiar bem na minha cara . . .<br />- Eta bicho danado!<div class="blogger-post-footer">VINICIUS DE MORAES</div>Unknownnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-4319611161250194802.post-30402142209832148602009-04-29T20:26:00.000-07:002009-04-29T20:27:31.835-07:00Poesias Infantis, As BorboletasAs Borboletas<br />Vinícius de Moraes<br /><br />Brancas<br /><br />Azuis<br /><br />Amarelas<br /><br />E pretas<br /><br />Brincam<br /><br />Na luz<br /><br />As belas<br /><br />Borboletas<br /><br /><br />Borboletas brancas<br /><br />São alegres e francas.<br /><br /><br />Borboletas azuis<br /><br />Gostam muito de luz.<br /><br /><br />As amarelinhas<br /><br />São tão bonitinhas!<br /><br /><br />E as pretas, então . . .<br /><br />Oh, que escuridão!<div class="blogger-post-footer">VINICIUS DE MORAES</div>Unknownnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-4319611161250194802.post-50077358639778221362009-04-29T20:25:00.000-07:002009-04-29T20:26:42.835-07:00Poesias Infantis, O PeruO Peru<br />Vinícius de Moraes<br /><br />Glu! Glu! Glu!<br /><br />Abram alas pro Peru!<br /><br /><br />O Peru foi a passeio<br /><br />Pensando que era pavão<br /><br />Tico-tico riu-se tanto<br /><br />Que morreu de congestão.<br /><br /><br />O Peru dança de roda<br /><br />Numa roda de carvão<br /><br />Quando acaba fica tonto<br /><br />De quase cair no chão.<br /><br /><br />O Peru se viu um dia<br /><br />Nas águas do ribeirão<br /><br />Foi-se olhando foi dizendo<br /><br />Que beleza de pavão!<br /><br /><br />Glu! Glu! Glu!<br /><br />Abram alas pro Peru!<div class="blogger-post-footer">VINICIUS DE MORAES</div>Unknownnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-4319611161250194802.post-62993998346370757922009-04-29T20:24:00.000-07:002009-04-29T20:25:35.743-07:00Poesias Infantis, A CachorrinhaA Cachorrinha<br />Vinícius de Moraes<br /><br />Mas que amor de cachorrinha!<br /><br />Mas que amor de cachorrinha!<br /><br /><br />Pode haver coisa no mundo<br /><br />Mais branca, mais bonitinha<br /><br />Do que a tua barriguinha<br /><br />Crivada de mamiquinha?<br /><br />Pode haver coisa no mundo<br /><br />Mais travessa, mais tontinha<br /><br />Que esse amor de cachorrinha<br /><br />Quando vem fazer festinha<br /><br />Remexendo a traseirinha?<div class="blogger-post-footer">VINICIUS DE MORAES</div>Unknownnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-4319611161250194802.post-67670355284547721842009-04-29T20:23:00.000-07:002009-04-29T20:24:29.457-07:00Poesias Infantis, O LeãoO Leão<br />Vinícius de Moraes<br /><br />Leão! Leão! Leão!<br /><br />Rugindo como um trovão<br /><br />Deu um pulo, e era uma vez<br /><br />Um cabritinho montês.<br /><br /><br />Leão! Leão! Leão!<br />És o rei da criação!<br /><br /><br />Tua goela é uma fornalha<br /><br />Teu salto, uma labareda<br /><br />Tua garra, uma navalha<br /><br />Cortando a presa na queda.<br /><br /><br />Leão longe, leão perto<br /><br />Nas areias do deserto.<br /><br />Leão alto, sobranceiro<br /><br />Junto do despenhadeiro.<br /><br />Leão na caça diurna<br /><br />Saindo a correr da furna.<br /><br />Leão! Leão! Leão!<br /><br />Foi Deus que te fez ou não?<br /><br /><br />O salto do tigre é rápido<br /><br />Como o raio; mas não há<br /><br />Tigre no mundo que escape<br /><br />Do salto que o Leão dá.<br /><br />Não conheço quem defronte<br /><br />O feroz rinoceronte.<br /><br />Pois bem, se ele vê o Leão<br /><br />Foge como um furacão.<br /><br /><br />Leão se esgueirando, à espera<br /><br />Da passagem de outra fera . . .<br /><br />Vem o tigre; como um dardo<br /><br />Cai-lhe em cima o leopardo<br /><br />E enquanto brigam, tranqüilo<br /><br />O leão fica olhando aquilo.<br /><br />Quando se cansam, o Leão<br /><br />Mata um com cada mão.<br /><br /><br />Leão! Leão! Leão!<br />És o rei da criação!<div class="blogger-post-footer">VINICIUS DE MORAES</div>Unknownnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-4319611161250194802.post-80708198383176292462009-04-29T20:22:00.000-07:002009-04-29T20:23:18.916-07:00Poesias Infantis, A PortaA Porta<br />Vinícius de Moraes<br /><br />Eu sou feita de madeira<br /><br />Madeira, matéria morta<br /><br />Mas não há coisa no mundo<br /><br />Mais viva do que uma porta.<br /><br /><br />Eu abro devagarinho<br /><br />Pra passar o menininho<br /><br />Eu abro bem com cuidado<br /><br />Pra passar o namorado<br /><br />Eu abro bem prazenteira<br /><br />Pra passar a cozinheira<br /><br />Eu abro de sopetão<br /><br />Pra passar o capitão.<br /><br /><br />Só não abro pra essa gente<br /><br />Que diz (a mim bem me importa . . .)<br /><br />Que se uma pessoa é burra<br />É burra como uma porta.<br /><br /><br />Eu sou muito inteligente!<br /><br /><br />Eu fecho a frente da casa<br /><br />Fecho a frente do quartel<br /><br />Fecho tudo nesse mundo<br /><br />Só vivo aberta no céu!<div class="blogger-post-footer">VINICIUS DE MORAES</div>Unknownnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-4319611161250194802.post-40472859514800283292009-04-29T20:21:00.000-07:002009-04-29T20:22:19.096-07:00Poesias Infantis, O ElefantinhoO Elefantinho<br />Vinícius de Moraes<br /><br />Onde vais, elefantinho<br /><br />Correndo pelo caminho<br /><br />Assim tão desconsolado?<br /><br />Andas perdido, bichinho<br /><br />Espetaste o pé no espinho<br /><br />Que sentes, pobre coitado?<br /><br />- Estou com um medo danado<br /><br />Encontrei um passarinho!<div class="blogger-post-footer">VINICIUS DE MORAES</div>Unknownnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-4319611161250194802.post-76120508310690220392009-04-29T20:19:00.000-07:002009-04-29T20:21:19.321-07:00Poesias Infantis, O PingüimO Pingüim<br />Vinícius de Moraes<br /><br />Bom-dia, Pingüim<br /><br />Onde vai assim<br /><br />Com ar apressado?<br /><br />Eu não sou malvado<br /><br />Não fique assustado<br /><br />Com medo de mim.<br /><br />Eu só gostaria<br /><br />De dar um tapinha<br /><br />No seu chapéu de jaca<br /><br />Ou bem de levinho<br /><br />Puxar o rabinho<br /><br />Da sua casaca<div class="blogger-post-footer">VINICIUS DE MORAES</div>Unknownnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-4319611161250194802.post-28265845308536975872009-04-29T20:16:00.000-07:002009-04-29T20:17:41.138-07:00Poesias Infantis, O RelógioO Relógio<br />Vinícius de Moraes<br /><br />Passa, tempo, tic-tac<br /><br />Tic-tac, passa, hora<br /><br />Chega logo, tic-tac<br /><br />Tic-tac, e vai-te embora<br /><br />Passa, tempo<br /><br />Bem depressa<br /><br />Não atrasa<br /><br />Não demora<br /><br />Que já estou<br /><br />Muito cansado<br /><br />Já perdi<br /><br />Toda a alegria<br /><br />De fazer<br /><br />Meu tic-tac<br /><br />Dia e noite<br /><br />Noite e dia<br /><br />Tic-tac<br /><br />Tic-tac<br /><br />Tic-tac . . .<div class="blogger-post-footer">VINICIUS DE MORAES</div>Unknownnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-4319611161250194802.post-54075833548638672832009-04-29T20:11:00.000-07:002009-04-29T20:16:40.836-07:00Poesias Infantis, O GirassolO Girassol<br />Vinícius de Moraes<br /><br />Sempre que o sol<br /><br />Pinta de anil<br /><br />Todo o céu<br /><br />O girassol<br /><br />Fica um gentil<br /><br />Carrossel.<br /><br />O girassol é o carrossel das abelhas.<br /><br />Pretas e vermelhas<br /><br />Ali ficam elas<br /><br />Brincando, fedelhas<br /><br />Nas pétalas amarelas.<br /><br />- Vamos brincar de carrossel, pessoal?<br /><br />- "Roda, roda, carrossel<br /><br />Roda, roda, rodador<br /><br />Vai rodando, dando mel<br /><br />Vai rodando, dando flor"<br /><br /><br />- Marimbondo não pode ir que é bicho mau!<br /><br /><br />- Besouro é muito pesado!<br /><br /><br />- Borboleta tem que fingir de borboleta na<br /><br />entrada!<br /><br /><br />- Dona Cigarra fica tocando seu realejo!<br /><br />- "Roda, roda, carrossel<br /><br />Gira, gira, girassol<br /><br />Redondinho como o céu<br /><br />Marelinho como o sol".<br /><br /><br />E o girassol vai girando dia afora . . .<br /><br /><br />O girassol é o carrossel das abelhas<div class="blogger-post-footer">VINICIUS DE MORAES</div>Unknownnoreply@blogger.com